Desde que mundo é mundo, fala-se da importância dos limites impostos na infância e suas consequências. Com o avanço tecnológico então, apresentam-se vídeos, charges, textos, todas as formas de divulgação em prol de propagar este tema, com uma velocidade talvez nunca antes imaginada. Contudo, para que falar sobre um assunto tão já debatido, que circula todos os dias em redes sociais, e está disponível a qualquer momento na internet? E, afinal, que limites são estes?
Desde o nascimento, o ser humano passa por uma série de adaptações ao longo da vida: entra em contato com o mundo externo e experiencia sensações, incômodos, bem estar. E, por instinto, sempre busca o conforto, é uma busca inerente a todos, pela necessidade da homeostase. Estas adaptações advêm de mudanças, sejam internas; como os órgãos crescendo e se desenvolvendo, como as externas; ambiente diferente, conhecer outras pessoas, entre outros.
E qualquer mudança gera desconforto, em menor ou maior grau. Neste desconforto, aparecem diversas emoções e sensações muitas vezes confusas, como angústia, ansiedade, frustração e, por sair da tão falada “zona de conforto”, que nada mais é que o equilíbrio adaptativo, as pessoas buscam retornar o quanto antes a este estado, que lhes proporciona alívio imediato. No entanto, a cada saída e retorno ao equilíbrio, o cérebro passa por transformações significativas que o levam a amadurecer, realizar novas conexões, conduzindo a mente humana a ser capaz de lidar melhor com as adversidades, solucionar com mais propriedade os problemas e aproveitar as situações mais positivamente.
Desta forma, quando as crianças são superprotegidas e/ou seus responsáveis são permissivos aos seus desejos e vontades, atendendo automaticamente seus pedidos, seja por receio de não serem amados ou por acreditarem que por serem crianças os filhos ainda não absorvem as informações e estímulos externos, estas mesmas crianças não aprendem a sentir frustração, tédio, ansiedade, decepção. E qual a grande consequência disso: não entendem, não amadurecem que os limites existem querendo elas ou não; limites estes que estão na sociedade por meio de regras, normas, educação, padrões, que foram desenvolvidos para o funcionamento do meio em que vivem, caso contrário ainda viveríam no caos.
Os limites devem ser dados a todos desde a infância. Crianças que vivenciam todas as emoções, agradáveis ou desagradáveis de sentir, pois todas são naturais e fundamentais, tornam-se adultos maduros, resilientes, formadores de opiniões seguras, altamente adaptáveis, mais assertivos em suas posições, sabem identificar e controlar suas emoções, obtendo maior sucesso em suas relações interpessoais e consigo mesmo.